São Paulo, sábado, 28 de janeiro de 1995
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Protesto de motoristas em SP pára 1,5 km

DA REPORTAGEM LOCAL

O sindicato dos motoristas e cobradores de São Paulo realizou ontem mais uma etapa da "operação tartaruga". Na região do largo do Socorro, o comboio dos ônibus provocou um congestionamento de 1,5 km entre 7h e 9h. A informação é da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego).
O secretário municipal dos Transportes, Walter Coronado Antunes, disse que o movimento dos sindicalistas é "abusivo", porque surpreende os passageiros. Ele afirmou que o Transurb (sindicato das empresas de ônibus) vai entrar na Justiça contra o sindicato.
O presidente do Transurb, Maurício Lourenço da Cunha, disse que a entidade está estudando de que forma pode acionar o TRT (Tribunal Regional do Trabalho), já que não se trata de uma "greve tradicional".
Reivindicações
A categoria está reivindicando reajuste salarial de 22,07% (IPC-r acumulado entre julho e dezembro de 1994), elevação do valor do vale-refeição de R$ 3,03 para R$ 5,05 e cesta básica para todos os trabalhadores.
O presidente do sindicato, José Alves do Couto Filho, o Toré, disse que a produtividade das empresas cresceu 14,48% no segundo semestre do ano passado. Por isso, segundo o sindicalista, os empresários têm condições de conceder o aumento.
Cunha tem repetido que só é possível reajustar os salários da categoria se a prefeitura elevar a tarifa de R$ 0,50 para R$ 0,56.
Segundo o secretário dos Transportes, a tarifa só será revista em maio, mês da data-base da categoria. Ele disse que os salários médios dos motoristas (R$ 630,00) e dos cobradores (R$ 400,00) são razoáveis, considerando-se o salário mínimo.
Toré contestou as alegações do secretário. De acordo com o sindicalista, os motoristas recebem R$ 438,00 por 40 horas semanais e os cobradores, R$ 254,00. "Ele (o secretário) deveria saber que hora-extra não é salário", afirmou Toré. Antunes considerou a média de horas-extras que os trabalhadores fazem mensalmente para calcular seus vencimentos.
Na segunda-feira, os motoristas retomam a "operação tartaruga". Não há nenhuma reunião marcada entre trabalhadores e empresários para reabrir as negociações.
O secretário informou que pediu reforço policial para impedir "excessos" por parte dos sindicalistas.
Alguns diretores do sindicato admitiram que a "operação tartaruga" deve perder o impacto na semana que vem, caso a polícia "endureça".

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