São Paulo, sábado, 28 de janeiro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Acusada de matar marido espera justiça

DA FOLHA ABCD

A cabeleireira Matilde Gomes Borges, 42, acusada de participar do assassinato do marido, o empresário Agenor da Silva Borges, disse em entrevista à Folha que o seu maior plano agora é libertar a filha, K.B. e reestruturar a família.
K.B. teria oferecido o carro de seu pai ao autor do crime se ele matasse o empresário.
matilde saiu da Cadeia Pública Feminina de São Bernardo (SP) na sexta-feira, dia 20, e espera julgamento. Borges foi morto no dia 5 de dezembro, depois de ter saído de casa. Leia a seguri os principais trechos da entrevista.

Folha - Quais são os atuais planos da senhora ?
Matilde - Quero reestruturar a minha família. Pretendo libertar minha filha para que ela possa começar novamente os seus estudos. Tenho fé na justiça de Deus.
Folha - A senhora recebeu ajuda durante este tempo ?
Matilde - Minha família e alguns amigos me ajudaram.
Folha - A senhora disse que teria sido caluniada?
Matilde - A imprensa nunca se preocupou em ouvir o meu lado. Ninguém perguntou o que eu sentia com a perda do meu marido com os meus sentimentos. Os jornais só se preocuparam com o diz que diz dos outros.
Folha - A senhora acredita que K.B. será solta?
Matilde - Deus, como juiz de todos, vai iluminar a cabeça dos juízes da terra. Espero só justiça.
Folha - A senhora já viu sua filha?
Matilde - Fui visitá-la esta semana. Ela está muito abalada, mas procura mostrar que está forte. Eu sinto que K.B. ainda está em estado de choque com tudo.
Folha - Como era seu marido?
Matilde - Ele era uma pessoa rígida, quase autoritária, mas de bom coração.
Folha - Como era o relacionamento dele com a filha?
Matilde - Era bom, K.B. e Agenor eram muito parecidos. Falavam pouco. Ele tinha prometida a ela um carro se ela passasse na escola Lauro Gomes.
Folha - O marido da senhora tinha amantes?
Matilde - Ultimamente não. Estava tudo bem entre nós. Eu perguntava para ele se havia alguém a mais e ele negava. No começo, desconfiei, depois acreditei. Eu acreditava no meu marido.

Texto Anterior: FHC promete estudar extradição de sequestradores de Abílio Diniz
Próximo Texto: Presos acusados de esfaquear operário no RN
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.