São Paulo, sábado, 28 de janeiro de 1995
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Instituto vai refazer lista de remédios irregulares

LÚCIA MARTINS
DA REPORTAGEM LOCAL

O Instituto Adolfo Lutz, de São Paulo, promete divulgar a partir desta segunda-feira uma lista correta com os nomes dos medicamentos suspeitos de irregulares.
Segundo Odair Zenebon, diretor do Departamento de Química e Bromatologia do instituto, todos os enganos serão corrigidos. "Vamos estudar todos os processos e analisar todas as reclamações neste fim-de-semana", afirma.
Na última quarta-feira, a Folha divulgou uma lista com 115 remédios condenados pelo instituto. O documento atribuía erradamente sete medicamentos à Eurofarma.
Além disso, apenas 42 dos 115 remédios foram examinados em condições que pudessem apontar irregularidades.
Mesmo admitindo que nem todos os medicamentos passaram por análises adequadas, Zenebon afirma que os exames não serão refeitos. "Vamos esperar as reclamações e apurar se elas são procedentes. A maioria dos erros foi cometida na datilografia da lista."
A análise dos 115 medicamentos –feita entre janeiro e dezembro do ano passado– não foi feita toda com o mesmo método.
Setenta e três remédios passaram por "análises de orientação" –exames feitos com amostras enviadas por consumidores ou recolhidas pela Vigilância Sanitária a partir de denúncias.
Os 42 medicamentos restantes passaram pelas chamadas "análises fiscais", que são consideradas adequadas e dão ao laboratório ou à farmácia direito a uma "contraprova" (leia quadro abaixo).
O próprio Zenebon admitiu que as "análises de orientação" não têm "valor legal". Nesses casos, não são analisados lotes de remédios, mas amostras isoladas.
Assim, as irregularidades encontradas nos produtos podem ter surgido por manuseio errado nas farmácias, nos hospitais ou mesmo na casa dos consumidores.
"Na nova lista ainda devem constar os nomes desses remédios (os 42 analisados por método de orientação). No futuro, queremos refazer esses exames."
Ontem, novas reclamações foram feitas por laboratórios e farmácias de manipulação listados pelo instituto (leia texto abaixo).
No início de fevereiro, a Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária vai começar a recadastrar os laboratórios de todo o país.
Serão feitas três visitas a cada um dos cerca de 400 labotratórios farmacêuticos registrados no país. Na primeira etapa, que deve durar três meses, será checada apenas a documentação das empresas.
Posteriormente, será feita uma checagem ampla das condições de funcionamento dos laboratórios. Anteontem, o ministro Adib Jatene (Saúde) disse que pretende que o recadastramento funcione como uma "auditoria" nas empresas.

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