São Paulo, sábado, 28 de janeiro de 1995
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Suicídio e estresse fazem vítimas do terremoto pedir auxílio psicológico

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Os sobreviventes do terremoto no Japão estão precisando de apoio psicológico para suportar o estresse do trauma e das precárias condições em que vivem agora.
Duas pessoas já cometeram suicídio e houve pelo menos três casos de tentativa.
O terremoto, que atingiu Kobe, Osaka e Kyoto no último dia 17, deixou cerca de 300.000 desabrigados (a quinta parte da população da cidade portuária de Kobe).
Segundo informou ontem a Agência Nacional de Polícia, o tremor deixou 5.079 mortos, 26.618 feridos e destruiu 70.000 edifícios e casas.
Foi o maior desastre desde o sismo de 1923 (conhecido como o Grande Kanto, nome da área afetada), que matou 140.000 pessoas em Tóquio e Yokohama.
"Embora agora tenhamos comida, água e cobertores, nós ainda nos sentimos extremamente preocupados", disse Yasunosuke Soeda, 53, uma das cerca de 2.100 vítimas abrigadas na Escola Elementar Kasugano. "Precisamos agora de apoio psicológico", diz.
Segundo psiquiatras, o prolongamento dessa situação de falta de privacidade tende a aumentar o estresse nos desabrigados. "Quanto mais pensamos no nosso futuro, mais ficamos preocupados. Sem emprego, sem casa e sem dinheiro", disse Koreyuki Morishita, 46.
O imperador Akihito deverá visitar Kobe na próxima semana. O primeiro-ministro Tomiichi Murayama, criticado pela oposição pela demora em atender as vítimas, prometeu facilitar o auxílio, eliminando entraves burocráticos.

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