São Paulo, domingo, 29 de janeiro de 1995
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NA PONTA DA LÍNGUA

MARCELO LEITE

Na quinta-feira a Folha publicou uma revista especial sobre o Mercosul, em colaboração com o diário argentino "Clarín". Um bom pretexto para trazer à luz uma questão que proposta inicialmente pelo poeta Régis Bonvicino: como se pronuncia o nome do novo bloco econômico?
Todos falam "mercossul", sibilado. Pelas normas fonéticas da língua portuguesa, o certo seria "mercozul" (mantendo-se a grafia com um só "s"). Já em espanhol o "s" único e a pronúncia coincidem: Mercosur/"mercossur".
Em resumo, apesar das análises econômicas que apontam a preponderância do Brasil nessa nova aliança, no campo da língua tudo indica que ele se dobra a um imperialismo do Prata. Ou, quem sabe, a um sentimento de inferioridade antigo e injustificado, que leva a uma imitação inconsciente.
Antes que o país seja invadido e até mesmo o valoroso portunhol pereça, proponho que os brasileiros –ou pelo menos a Folha– passem a escrever "Mercossul".

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