São Paulo, domingo, 29 de janeiro de 1995
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Spin Doctors chove no molhado com seu rock-funk de acento pop

LUIZ ANTÔNIO RYFF
DA REPORTAGEM LOCAL

O Spin Doctors entrou no palco às 21h37 debaixo do temporal. E suou a camisa durante os 50 minutos de show.
O vocalista Chris Barron rende bem no palco. Mas ainda é aprendiz de feiticeiro. Principalmente se, depois dele, é Mick Jagger quem vai entreter a galera.
O cantor do Spin Doctors fez o que pôde. Entrou no palco debaixo do temporal, segurando um guarda-chuva. Simples blague. Ele jogou o apetrecho para o lado, correu na chuva, deu "estrela", deslizou pela pista molhada e imitou bailarina. Com tanto jogo de cena, acabou ganhando o público.
Barron escolheu o caminho óbvio. Decorou duas ou três frases em português e pronto. Além da demagogia habitual –"Boa noite", "Vocês são demais"– o cantor comandou a massa no coro "Uh, Tererê".
Mas também houve música. Eles começaram com "Jimmy's Olsen Blues". Mas a interpretação foi prejudicada pela microfonia e pelo som embolado.
Espertamente, o Spin recheou o repertório com músicas do álbum mais conhecido deles, "Pocket Full of Kriptonite".
Barron fez o público dançar na lama, debaixo de chuva em "Little Miss Can't Be Wrong", "Two Princes" e "What Time is It".
O ânimo arrefeceu quando o grupo arriscou composições novas, ou do último disco –como "Mary Jane".
A perfomance da banda depende muito de Barron. O baixista Mark White é bom, mas o som de seu instrumento estava inaudível.
E o novo guitarrista, Anthony Krisan, não mostrou muita personalidade, imitou vários solos do seu antecessor, Erik Schenkman.
Mesmo assim, musicalmente, o rock-funk com acento pop do grupo funciona no palco.
O Spin Doctors choveu no molhado. Mas, debaixo da tempestade e chafurdando na lama, o público parecia não se importar com muita coisa...

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