São Paulo, segunda-feira, 30 de janeiro de 1995
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'Perigo está sob nossas casas'

DA FT

Revoltados com a tragédia, parentes e amigos das vítimas da explosão de Pirituba lançaram ontem uma campanha pelo fim da comercialização de fogos de artifício na cidade.
"Vemos a toda hora notícias sobre guerras na televisão. Mas não percebemos que muitas vezes a guerra está embaixo de nós", disse Adolfo Fregni, 67 anos.
Ele fez um discurso no enterro de Ana Lúcia Papini, gerente da agência dos Correios que morreu na explosão.
Ela foi enterrada no Cemitério do Araçá (zona oeste). Nove mortos foram enterrados ontem no Cemitério Dom Bosco, em Perus (zona norte) e outros quatro no Cemitério da Lapa (zona oeste).
Adolfo Fregni, morador de Pirituba e amigo da família Papini, é presidente da Associação Distrital dos Amigos da Lapa. A idéia de acabar com a comercialização de fogos de artifício conta com o apoio do tenente-coronel Luiz Nakaharada, comandante do 4º Batalhão da PM.
O aposentado João Augusto Papini ficou todo o dia de sábado pedindo informações a policiais e bombeiros sobre sua filha, Ana Papini, 34 anos, gerente da agência dos Correios que ficou completamente destruída com a explosão.
Por volta das 15h30, Papini teve a confirmação que sua filha havia sido retirada dos escombros sem vida.
Por volta das 16h10, os bombeiros que chefiavam a equipe de salvamento tiveram seu único momento de descontração. A operação de resgate conseguiu retirar dos escombros a cachorra Teka, que ficou 6 horas soterrada.
O aposentado Patápio Silva Oliveira, 59 anos, morava em uma casa atrás da loja de umbanda. Sua filha, Sandra de Oliveira, 31 anos, e sua neta Karina de Oliveira, de 7 meses, morreram na explosão.

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