São Paulo, segunda-feira, 30 de janeiro de 1995
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Rita Lee corta quatro músicas a pedido da produção dos Stones

ANDRÉA DANTAS ; LUIZ ANTÔNIO RYFF
DA REDAÇÃO E DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de ter ficado chateada com o cancelamento de seu show na sexta-feira –por causa da forte chuva–, Rita Lee "lavou a alma" anteontem no Pacaembu.
"Adorei o show. O público foi muito receptivo", disse a cantora em seu camarim.
Para o guitarrista Roberto de Carvalho, o som mereceu elogios. "Foi maravilhoso. Usamos os monitores dos Stones, fantástico. Não é todo dia que se tem essa chance", disse o músico.
O show durou exatos 44m7s95, segundo a cronometragem feita pelo guitarrista Roberto de Carvalho. "Tivemos que tirar algumas músicas para encurtar o show, porque a produção dos Stones estava com receio de que voltasse a chover", disse Rita Lee.
"Ovelha Negra", "Dançar pra Não Dançar", "Vírus do Amor" e "Doce Vampiro" foram as canções que ficaram de fora.
"Podemos fazer alguma modificação para as próximas apresentações, e incluir uma das músicas", disse a cantora.
Se depender de seu filho João, 15 anos, a música "Dançar pra não Dançar" fará parte do repertório. "Esta música é demais, gosto muito, não pode ficar de fora", repetia no camarim.
"Meus filhos são os maiores palpiteiros. Até em relação ao figurino. Às vezes falam 'Mãe, tá muito transparente"', contou, entre risadas, Rita Lee.

Crítica
Depois do forfait da estréia, na sexta-feira, quando não pisou no palco por causa do temporal, Rita Lee deu a volta por cima no segundo dia do Hollywood Rock.
Auxiliada por uma banda competente, ela fez um show regular, um tanto óbvio, mas que agradou o público. Saiu aplaudida.
Também, com a banda que a acompanhava era difícil errar.
Os músicos são muito bons, principalmente o baterista Paulo Zinner (Golpe de Estado) com seu estilo influenciado por Ian Paice (Deep Purple). Roberto de Carvalho também contribuiu com bons solos de guitarra.
Houve cenas esdrúxulas. No final de "Todas As Mulheres do Mundo", Rita transforma o palco em uma mistura de palanque e altar. Surge vestida de Nossa Senhora, recita "Ave Maria" e emenda com uma prece. "Ajude nosso presidente a fazer o nosso povo mais feliz".
A cantora correu, mostrou energia, mas o título da música de abertura do show –"Nem Luxo, Nem Lixo"– é uma síntese da apresentação de Rita.
Mas chato mesmo é que, depois da apresentação, ninguém falava sobre a performance de Rita. Os comentários foram todos para Valéria Bretanha, a modelo que subiu nua no palco durante "Miss Brasil 2000" e roubou o show.
(Andréa Dantas e Luiz Antônio Ryff)

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