São Paulo, terça-feira, 31 de janeiro de 1995
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Vestibular deve continuar, dizem professores

LUÍS PEREZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Os participantes do debate "O Fim do Vestibular?", realizado na terça-feira passada pela Folha, concordaram que esse mecanismo de seleção para entrada nas universidades não pode ser abolido agora.
A mesa-redonda discutiu a proposta do ministro da Educação, Paulo Renato Souza, de adotar o sistema norte-americano de avaliação em substituição ao vestibular. Os alunos seriam selecionados a partir de um exame nacional realizado no final do segundo grau.
"O vestibular ainda será por algum tempo um mecanismo do qual não poderemos prescindir", disse o professor Carlos Vogt, ex-reitor da Unicamp (1990-1994).
"É preciso realizar ampla reforma no ensino, a começar pelo básico, para pensar de maneira efetiva e prática. A idéia de criar um exame nacional é positiva, porque pode funcionar como um catalisador para homogeneizar a educação. Mas é preciso discutir dentro das reais possibilidades."
O pró-reitor de graduação da USP, Carlos Alberto Barbosa Dantas, diz que "o vestibular é uma consequência, não uma causa". Segundo ele, a questão está no ensino de primeiro e segundo graus. "Acho prematuro falar em exame nacional. Só se houver uma reforma mais ampla e daqui a dois anos realizarmos um exame nacional para aferir os resultados."
Mauro Aguiar, diretor do colégio Bandeirantes, afirmou que fazer avaliações periódicas durante o segundo grau seria melhor do que adotar o sistema norte-americano. "Geraria uma concorrência saudável entre as escolas."
Heraldo Viana, pesquisador da Fundação Carlos Chagas, na instituição há 25 anos, acha o fim do vestibular uma "utopia". "O atual sistema tem uma história rica e vem apresentando inovações que devem ser avaliadas."

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