São Paulo, terça-feira, 31 de janeiro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Fiscalização é movida a tragédia

VAGUINALDO MARINHEIRO
EDITOR-ADJUNTO DE CIDADES

A Prefeitura de São Paulo está transformando seu órgão fiscalizador em um instrumento de propaganda para abafar desgraças. Após explosões, incêndios ou acidentes em parques de diversão a turma do Contru é acionada para fazer aquilo que deveria ter feito antes dessas desgraças: garantir que os locais ofereçam segurança.
Depois do incêndio no Cine Iguatemi, em 4 de outubro, Carlos Alberto Venturelli (diretor do Contru) resolveu fazer espetáculos e fechar cinemas. A fiscalização nos parques de diversão começou depois que o menino Renan foi atirado fora de um brinquedo do Playcenter.
Agora, o prefeito Paulo Maluf manda seu garoto-propaganda da eficiência, Venturelli, vistoriar todas as casas que vendem fogos de artifício.
Ele está organizando uma lista para passar à imprensa com os endereços dos locais a serem visitados. O raciocínio oficial parece ser o seguinte: de que adiantam fiscalizações sem câmeras fotográficas e de TV?
Basta o assunto sair da ordem do dia para as blitze acabarem. Qual foi o último cinema vistoriado pelo Contru?
Por pura sorte, nos dois primeiros casos ninguém morreu. Agora, na explosão em Pirituba, o número de mortos já chega a 15 e as famílias das vítimas vão exigir indenizações.
Desta vez, parece que as evoluções pós-desgraça de Venturelli e cia. não vão conseguir livrar a prefeitura de suas (ir)responsabilidades.

Texto Anterior: O QUE DIZ A LEI SOBRE FOGOS
Próximo Texto: Polícia apreende 1 tonelada de fogos
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.