São Paulo, terça-feira, 31 de janeiro de 1995
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Socorro enfrenta resistência dos parlamentares

GUSTAVO PATÚ

GUSTAVO PATÚ; FERNANDO GODINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Lideranças dos principais partidos do novo Senado, que toma posse hoje, querem que a proposta do governo de socorro financeiro ao México passe por uma tramitação lenta na Casa.
Há resistências ao projeto. Os partidos de esquerda –PDT, PT, PSB e PPS, que somam 13 senadores– pretendem votar contra. No PMDB, maior partido no Senado com 23 senadores, também há votos contrários.
A tendência no governo é a de submeter ao Senado a proposta de socorro ao México, que deverá ser feita pela abertura de uma linha de crédito de US$ 300 milhões.
Na equipe econômica, há quem prefira apenas manter o Senado informado, para evitar negociações políticas. São previstas resistências à tentativa de aprovar na íntegra o projeto do governo.
"Este Senado não vai querer comer um prato feito. Tudo terá que ser examinado. Pelo que foi dito até agora, eu sou totalmente contra", disse o senador Gilberto Miranda (PMDB-AM), vice-presidente da Comissão de Assuntos Econômicos. Miranda disse que a tendência majoritária em seu partido é reprovar a proposta de socorro, que deve passar pela comissão e depois pelo plenário do Senado.
Esperidião Amin (PPR-SC), presidente do partido, partilha da tese de que o exame da proposta do governo deve ser prolongado. Pelo PFL, o senador João Rocha (TO), presidente da Comissão de Assuntos Econômicos, pretende convocar o ministro Pedro Malan (Fazenda) e outros membros do governo, para explicar a ajuda.
Também defendem um exame demorado os senadores governistas Élcio Álvares (PFL-ES) e José Fogaça (PMDB-RS). Os futuros líderes do PT, Eduardo Suplicy (SP), do PDT, Júnia Marise (MG), e do PPS, Roberto Freire (PE), são contrários ao socorro e defendem a tramitação lenta.
Entre os partidos de esquerda, os senadores dizem que o governo não pode ajudar o México enquanto faz cortes no Orçamento e nega aumentos para o salário mínimo.

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