São Paulo, terça-feira, 31 de janeiro de 1995
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Músico participou de duas trilhas

IRINEU FRANCO PERPETUO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Foram duas as experiências cinematográficas de Jordi Savall: "Todas as Manhãs do Mundo", de Alain Corneau, e o ainda não lançado no Brasil "Jeanne La Pucelle", de Jacques Rivette. Neste último, além de interpretar a música, Savall também compôs.
Trabalhar em "Todas as Manhãs do Mundo", sobre a vida dos compositores franceses do século 17 Marin Marais e Saint Colombe, foi "uma decisão comum; Alain Corneau já conhecia meu trabalho com Marais desde 66, quando gravei um disco deste compositor".
Neste filme, Savall trabalhou diretamente com o roteiro. "A partir dele, buscamos as músicas que melhor poderiam exprimir a emoção da ação, e gravamos a música."
Houve muito trabalho para fazer os atores aprenderem a tocar viola da gamba, o antepassado do violoncelo. "As primeiras aulas dei individualmente; depois, com o acúmulo de trabalho, as deleguei a um aluno meu de Paris". Atores que não tinham experiência musical, como Jean-Pierre Marielle ou Gérard Depardieu –pouco assíduo às aulas, devido a excesso de trabalho–, tiveram muita dificuldade. Anne Brochet e Depardieu Jr., entretanto, aprenderam realmente a tocar comme il faut.
O grande sucesso do filme e da música surpreendem o maestro. "É uma música muito íntima, mas nada espetacular, nada fácil."
Com "Jeanne La Pucelle", o trabalho foi diferente. Afinal, não se trata de um filme sobre músicos, mas de um épico com seis horas de duração sobre a vida de Joana D'Arc. Savall teve que criar música para as cenas de batalha e chegou a compor um "Te Deum". "O trabalho foi muito além do outro", afirma.
(IFP)

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