São Paulo, terça-feira, 31 de janeiro de 1995
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Faroeste chega ao ponto zero

INÁCIO ARAUJO
DA REDAÇÃO

O tradicional jogo duro das terças-feiras. De filmes de René Cardona a Enzo Castellari, as emissoras parece que se empenham em jogar todo o "trash" para fora.
Em caso de insônia brava, pode-se esperar até 2h15 da madrugada para ver "O Príncipe e o Mendigo" no SBT. Fora isso, a Globo tem "Jovem Demais para Morrer"(à 0h), feito em 1990 e que hoje interessa essencialmente pelo seu aspecto jurássico.
Quatro ou cinco anos contam para esse tipo de faroeste mais do que um século para um filmeco dos Lumière. O filme retoma "Jovens Pistoleiros" ("Young Guns") e, em linhas gerais, as trajetórias de Pat Garrett e Billy the Kid.
Mas ele entra, sobretudo, num vazio do faroeste. Daí a tentativa de trabalhar modernamente um gênero histórico dar para trás. Quando se assume um estilo videoclipe, tudo ao redor desanda, perde em exatidão. Os lugares são qualquer lugar, os caubóis parecem chegar de uma loja de artigos "country" (apesar dos esforços pessoais dos atores). O fastio chega logo.
E, em matéria de "western", a solução não é apelar para "Conquista de Apache" (Record, 13h). Este é de 1953, de um tempo em que tudo empurrava o gênero para frente. Mas William Castle, com sua imobilidade, o empurra para trás.

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