São Paulo, terça-feira, 31 de janeiro de 1995
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'Clima' dos países é diferente

DA "EFE"

O conflito entre Equador e Peru se desenvolve em duas atmosferas distintas: uma marcadamente beligerante, em território equatoriano; e outra de tranquilidade e calma, no lado peruano.
As autoridades equatorianas já emitiram 17 comunicados desde que o conflito bélico começou. O presidente Sixto Durán-Ballén enviou mensagens à nação pela TV e fez várias declarações à imprensa.
A televisão transmite imagens diretas de todos os acontecimentos e mensagem para incentivar "o nacionalismo" da população.
Esse contexto gerou um clima de "guerra total" no Equador, que se traduziu em concentrações públicas marcadas pelo ressentimento "contra o invasor peruano".
Os peruanos residentes no Equador têm denunciado que são vítimas de maus-tratos e intimidações e estão pedindo proteção aos seus representantes diplomáticos.
Jornalistas peruanos que viajaram a Quito denunciaram que os serviços de informação do Equador sabotaram seu trabalho.
O presidente peruano, Alberto Fujimori, só falou à imprensa uma vez e seu governo emitiu apenas quatro comunicados oficiais.
Essa atitude tem causado dificuldades à imprensa, diante da mínima divulgação de informações oficiais e das poucas facilidades para atravessar a fronteira.
As notícias que a TV peruana transmite são esporádicas ou se restringem aos horários habituais dos noticiários.
Até agora não transmitiram imagens que possam ser consideradas como dirigidas a exacerbar os sentimentos nacionalistas.
Segundo a TV, os peruanos rejeitam a guerra, consideram que o Equador "é um país irmão" e esperam que os dois países solucionem definitivamente o problema.
Os equatorianos residentes no Peru continuam com suas atividades normais e não há denúncias de maus-tratos, abusos ou expulsões.

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