São Paulo, segunda-feira, 2 de outubro de 1995
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Foto tirou Sued do anonimato

DO BANCO DE DADOS

Ibrahim Sued era tão carioca quanto o Copacabana Palace. Foi no hotel que, em 1983, ele celebrou 30 anos de colunismo, em festa ornada com 40 mil folhas de samambaias.
Escolheu a dedo a data da festa. Meses antes consultara o serviço de meteorologia e foi informado que não chovia havia 30 anos, no Rio, no dia 3 de junho. Choveu. Mesmo assim, compareceram 3.000 pessoas, da ex-miss Martha Rocha ao ex-presidente Médici.
Foi uma foto que tirou Sued do anonimato, em 46. Ele registrou o momento em que o ex-chanceler e líder baiano Otávio Mangabeira beijou a mão de Dwight Eisenhower, no Palácio Tiradentes. A foto gerou crise no congresso.
Sued, que se dizia um garoto pobre da praça Onze, foi vendedor ambulante, garçom e trabalhou em sapatarias.
Começou no jornalismo como fotógrafo free-lancer de matérias policiais e ganhou sua primeira coluna social na revista Manchete. A fama chegou em 1954, quando entrou no ``O Globo". ``Dei certo porque trabalhei", dizia, em 88, ao declarar ter US$ 1,5 milhão em obras de arte.
Costumava fechar suas participações na TV com expressões que tornou célebres: ``ademã, que eu vou em frente" ou ``de leve, que eu chego lá".

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