São Paulo, segunda-feira, 2 de outubro de 1995
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`Tudo pelo social' era seu lema

JOYCE PASCOWITCH
COLUNISTA DA FOLHA

Muito antes de José Sarney -que lançou o tema para a posteridade-, para Ibrahim Sued, era tudo mesmo pelo social.
Tudo pela coluna social -que ele manteve na crista da onda por muito tempo. E tudo pelos agitos sociais, na época em que o Rio de Janeiro fervia -e acontecia. Foi anfitrião de `starlets', amigo de políticos e assim com o militares. Fez e desfez.
Em sua coluna diária em ``O Globo", lançou personagens, criou modismos, inventou expressões que não estavam no mapa. Foi para a televisão no jornal do fim de noite. Enrolava a língua, tropeçava nas letras e acima de tudo, tinha estilo.
Lançou o modelão terno claro, muitas correntes de ouro. Muito champagne, muito caviar, signos de uma época nem tão dourada assim. Almoços na pérgula do Copacabana Palace, jantares no Le Bec Fin, boate Sacha, com seus chapas do clube dos cafajestes.
Ibrahim Sued era amigo fiel de seus fiéis amigos. Até o final, manteve o glamour para a sua não tão fiel torcida. Trocou a coluna diária por uma aparição dominical, sem a mesma força de antes. Mas acima de tudo, no máximo de sua vã filosofia, conseguiu provar que cavalo não desce escada.

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