São Paulo, segunda-feira, 2 de outubro de 1995
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Covas deixa parada verba para o ensino

GEORGE ALONSO
DA REPORTAGEM LOCAL

O governador de São Paulo, Mário Covas (PSDB), está deixando de utilizar pelo menos R$ 140 milhões de verba federal destinada à educação.
A Secretaria da Educação tem em caixa cerca de R$ 320 milhões de salário-educação, repassados pelo FNDE (Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação).
A assessoria de imprensa da secretaria diz que esse dinheiro existe, mas informou que ``R$ 180 milhões já estão comprometidos".
Esse recurso é repassado a cada bimestre para ser usado em reformas ou construção de escolas, merenda, compra de livros e equipamentos. Essa verba não pode ser aplicada em salários.
``O governo reclama da falta de verba, mas esconde dinheiro embaixo do colchão. A aplicação desse recurso está prevista e ordenada pela Lei Orçamentária. Sua não aplicação é crime de responsabilidade", avalia o deputado estadual César Callegari (PMDB).
Segundo o peemedebista, com os R$ 320 milhões seria possível construir 4.000 salas de aula para atender novos 160 mil estudantes.
Até o final do ano, o repasse deve chegar a cerca de R$ 500 milhões. A secretaria nega que esteja estocando dinheiro para fazer inaugurações em 1996, ano eleitoral, como supõe o deputado.
Segundo o governo, toda a verba federal será usada este ano.
``Existe um cronograma de uso que deve ser obedecido. Há um plano de obras e manutenção para as quase 7.000 escolas. O dinheiro não pode ser detonado sem planejamento", diz Fernando Cunha, assessor de imprensa da secretária da Educação, Rose Neubauer.
O Orçamento deste ano da Secretaria da Educação é de R$ 3,4 bilhões, segundo a assessoria. Os R$ 320 milhões equivalem a 9,4% da verba orçamentária do setor.

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