São Paulo, segunda-feira, 2 de outubro de 1995
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Cingapura entra no cadastro da ONU

VICTOR AGOSTINHO
DO ENVIADO ESPECIAL

A Prefeitura de São Paulo apresentou na reunião preparatória, no sábado, o Projeto Cingapura, de verticalização de favelas. A proposta paulistana vai fazer parte do Cadastro de Cem Boas Práticas Urbanas da ONU.
Esse catálogo é uma espécie de banco de dados com propostas urbanas que poderão ser adotadas pelas cidades. As propostas poderão ser acessadas pelos municípios do mundo inteiro via Internet (a rede mundial de computadores).
Durante a apresentação do secretario municipal da Habitação de São Paulo, Lair Krahenbuhl, dois assessores da vereadora paulistana Aldaíza Sposati (PT) distribuíram tablóides criticando o projeto. A vereadora enviou ainda um vídeo criticando o projeto. Apenas cinco pessoas assistiram ao vídeo, inclusive a secretária-executiva do Ministério do Meio Ambiente, Aspásia Camargo, que ficou dois minutos na sala de projeção.
As principais críticas dos opositores à proposta do prefeito Paulo Maluf se concentram na forma como estão sendo escolhidos os futuros moradores e no contrato, que não garante aos ex-favelados o título de dono do apartamento.
O Projeto Cingapura foi a exposição que recebeu mais perguntas durante a fase de debates.
Segundo o arquiteto Jorge Wilheim, que há quase dois anos está em Nairóbi, Quênia, organizando o Habitat 2, para constar do Cadastro das Cem Boas Práticas Urbanas da ONU, o Projeto Cingapura precisará ser indicado por duas entidades respeitadas.
O projeto já conta com a indicação da Fiabci (Federação Internacional das Profissões Imobiliárias) do Cone Sul (Argentina, Brasil, Chile, Uruguai e Paraguai). A segunda indicação poderia ser feita pela própria prefeitura, mas Krahenbuhl quer que o BID (Banco Mundial), que financia parte do projeto, faça a indicação.
Até junho de 96, quando começa na Turquia a conferência de cúpula Habitat 2, os 75 bairros de Curitiba terão sua história contada em livros. São livros com cerca de 50 páginas, fotos antigas, depoimentos e perfil dos moradores. A publicação é patrocinada por empresas instaladas no bairro, e a tiragem varia de acordo com a população do bairro.
(VA)

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