São Paulo, segunda-feira, 2 de outubro de 1995 |
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`Na rua, ninguém nos escuta'
MARCUS FERNANDES
``Aqui eles vão poder falar. Na rua, ninguém escuta a gente", afirmou. Moradora de uma casa-abrigo da Prefeitura de Santos, ela diz que o passado era ``de fome e de droga, que nós usávamos para esquecer a fome". Na ``Rádio Muleke", por ser gorda, ela responde pelo apelido de ``Moby Dick", sem demonstrar irritação. ``Aqui, todo mundo tem apelido. Eu gosto do meu. Acho carinhoso quando me chamam de fofinha", afirma. Vagner Alves, 16, virou o ``Vlad", devido aos seus grandes dentes caninos. Órfão aos 12 anos, foi morar com a irmã. Ela, vendedora, viajava com frequência. ``Numa dessas viagens, ela me deixou em Patos de Minas (MG). Passei a morar em albergues, fazendo faxina e lavando pratos, até conseguir voltar para casa", disse. Para ele, a melhor parte do programa é quando ``liga uma gatinha". Como Carla Barbosa, Alves mora em um abrigo municipal. Para os próximos programas, ele tem uma sugestão de convidado. ``Queria chamar minha irmã", afirmou. (MF) Texto Anterior: Meninos de rua de Santos fazem programa de rádio Próximo Texto: ONG tenta coibir venda de bebida a índios Índice |
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