São Paulo, segunda-feira, 2 de outubro de 1995
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Gestão cultural

De um lado, a Secretaria de Estado da Cultura e o Condephaat são despejados por falta de pagamento de aluguel, o MIS briga com cupins, goteiras e fiações expostas, a Pinacoteca mantém um depósito de lixo em seu terreno e quatro oficinas culturais desativadas.
De outro, dois prédios no parque do Ibirapuera e outros seis espalhados pela cidade -vinculados ao setor público- estão vazios ou ainda subutilizados.
Os dois cenários reapresentam, no âmbito da Cultura, a perversa ambivalência que persegue a gestão das chamadas ``áreas sociais" no país: a escassez de recursos convivendo com o desperdício.
Como se não bastasse o deplorável estigma da inutilidade que, nos países subdesenvolvidos, tradicionalmente persegue tudo o que é abrigado pelo termo ``cultura", a incúria do poder público infelizmente acaba, muitas vezes, fortalecendo o preconceito que se desejaria combater e justificando a baixa colocação do ``cultural" no ranking das preferências governamentais.
O problema do desperdício decerto atinge outras áreas tidas como prioritárias. Mas o setor da cultura, por sua própria finalidade, deveria dar aos outros um claro exemplo de racionalidade administrativa como diretriz inarredável.

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