São Paulo, terça-feira, 3 de outubro de 1995
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Momento é de investir, diz FHC

FERNANDO PAULINO NETO
DA SUCURSAL DO RIO

Fernando Henrique Cardoso disse ontem, para uma platéia de cerca de 350 empresários do setor siderúrgico no Rio, que ``é o momento de investir no Brasil", já que o país está se adaptando às regras da economia globalizada.
O presidente disse que estava participando da Conferência Anual do Instituto Internacional de Ferro e Aço para convocar os empresários ``a participar do desenvolvimento do Brasil".
Ele citou como possibilidades de investimento a mineração e a indústria siderúrgica que estaria, segundo disse, ``pronta para dar um salto qualitativo em seu desenvolvimento em associação com investidores externos".
Utilizando a mesma imagem que usou em Nova York em abril, ele disse que o Brasil é um ``porto seguro" para os investimentos estrangeiros.
Ele afirmou aos empresários que Porto Seguro (BA) é ``uma baía bonita e tranquila" que recebeu este nome em 1500, dado pelos primeiros portugueses que atracaram por aqui.
Para explicar porque o Brasil é um ``porto seguro", Fernando Henrique disse que as reformas da Constituição já estão sendo feitas.
Para ele, o país tem hoje ``um horizonte completamente diferente do horizonte que nos toldava a visão faz uma década".
O presidente disse ainda que as reformas da Constituição continuarão neste semestre, mesmo reconhecendo dificuldades: ``Não tenho dúvidas de que seguiremos adiante, a despeito de quaisquer previsões que possam colocar obstáculos aqui e ali. Reais, claro."
Fernando Henrique deu como exemplo de sucesso das privatizações o setor siderúrgico, o primeiro a ser privatizado ``sem perda da capacidade brasileira de definir seus rumos".
Ele disse que a privatização do setor foi necessária em um momento em que havia carência dos recursos estatais para investir no setor. ``Seus críticos iniciais hoje silenciaram diante dos resultados concretos apresentados.
Para Fernando Henrique, o setor siderúrgico se transformou duas vezes em símbolo para o país. A primeira vez, com a construção da Companhia Siderúrgica Nacional, com investimentos públicos, e agora com a privatização.
Fernando Henrique disse que a carência de capitais privados no país fez com que o dinheiro público fosse utilizado na construção da usina de Volta Redonda (RJ).
Segundo o presidente, agora, ao ser inteiramente privatizada, a siderurgia brasileira se transformou novamente em símbolo, ``o (símbolo) de um Brasil que deixou de acreditar que o Estado é melhor empresário do que a iniciativa privada".
O presidente ressalvou, no entanto, que o Estado ``pode, também, ser bom empresário", mas disse que o país chegou a um estágio de crescimento da economia em que há necessidade de um maior volume de capital a ser investido. (FPN)

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