São Paulo, quarta-feira, 4 de outubro de 1995
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PT integra lobby dos governadores

AUGUSTO GAZIR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Representantes dos governos petistas do Espírito Santo e do Distrito Federal integraram o grupo de 17 secretários estaduais de Administração que passou o dia de ontem na Câmara dos Deputados tentando convencer os parlamentares a votarem a favor da proposta de reforma administrativa do governo. Na Câmara, o PT é contrário à proposta.
Antônio Carlos de Andrade, secretário do governo do DF, afirmou que o PT tem posição minoritária no grupo. Das propostas principais, ele tem ``simpatia" pela fixação de um teto para salários, mas disse ser contrário ao fim da estabilidade para os servidores.
Segundo os secretários que foram ontem à Câmara, os Estados não têm dinheiro para pagar o funcionalismo público e fazer os investimentos necessários em outras áreas. Eles afirmaram que os 27 Estados gastam, em média, 78% da arrecadação com a folha de pagamentos.
``Cada secretário falou com os deputados de seu Estado. Pegamos a relação dos membros da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) para esclarecê-los sobre a proposta", disse Luciano Moreira, secretário do Maranhão e presidente do Fórum Nacional de Secretários de Administração.
Hoje, a CCJ deve votar se a proposta do governo é ou não constitucional.
O lobby dos secretários junto aos deputados começou logo pela manhã na reunião da CCJ que discutiu o assunto. Segundo Moreira, o fim da estabilidade é o ponto que enfrenta mais resistências na Câmara. Para ele, se o parecer de Prisco Viana for aprovado, ``acabou a reforma".
``O parecer não é de esquerda e nem neoliberal, é contra os governadores. Prisco veta tudo que apoiamos", disse Augusto Werneck, secretário fluminense.
``Na CCJ, a decisão é isenta de ideologia e partidarismo. Ela é técnica, baseada na Constituição", afirmou Prisco.

Demissões
O secretário interino de São Paulo, Paulo Bressan, afirmou que não haverá demissões em massa com a aprovação do projeto.
``Não acredito que haverá muitas demissões. A estabilidade vai criar uma nova consciência do servidor", disse Moreira, secretário maranhense.
Estavam em Brasília ontem os secretários do RJ, DF, MA, BA, SP, MG, PR, PI, RS, AM, SE, PB, RN, CE, GO, ES e SE.

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