São Paulo, quarta-feira, 4 de outubro de 1995
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Secretário do Piauí quase acaba preso

Teles não tinha como pagar servidores

AUGUSTO GAZIR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A crise financeira dos Estados quase levou o secretário de Administração do Piauí, Carlos Alberto Teles, 53, para a cadeia.
Quatro advogados do Estado, que recebiam por mês R$ 158,00, ganharam na Justiça aumento imediato de salário. Sem dinheiro, Teles disse que pediu um prazo para pagar e acabou recebendo uma ordem de prisão.
``Não fui preso porque tive de me abster de aparecer na secretaria por dois dias. Tivemos de tirar o dinheiro da própria folha de pagamento", afirmou Teles.
Segundo ele, o Piauí está falido. O Estado tem registrados 82 mil ``contracheques" e uma folha de pagamento que corresponde a 100% da arrecadação. Ele disse não saber precisar a quantidade de funcionários do Estado.
``Quando entramos no governo, havia funcionários com quatro ou cinco contracheques. Nós cortamos, mas esses casos ainda existem", afirmou o secretário.
Teles disse que o 13º salário do ano passado ainda não foi pago e que os funcionários estão recebendo parceladamente salários de cinco meses atrasados. ``Temos conseguido pagar às duras penas, com empréstimos bancários", afirmou.
No Piauí, segundo Teles, há professores e assistentes de saúde recebendo R$ 20, enquanto procuradores e coronéis da PM aposentados chegam a ganhar até R$ 21 mil.

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