São Paulo, quarta-feira, 4 de outubro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Movimento despacha líderes

DA FOLHA NORTE

Orivaldo Casagrande, 30, que também faz parte da coordenação do MST no Estado, diz que devem ser enviados a São José do Rio Preto outros líderes para auxiliar no trabalho junto aos favelados.
Casagrande se recusou a revelar o local da próxima invasão, mas disse que o MST está avaliando terras ``mais favoráveis".
``Parece que eles não querem resolver o problema dos sem-terra. Cadastrar favelado é provocação e confronto", disse Miguel Abeche, 43, superintendente do Incra em São Paulo.
Abeche afirmou que o Incra desconhecia a arregimentação de favelados no Estado de São Paulo e não tinha informações sobre novas invasões programadas pelo MST.
Segundo ele, o Incra tem um cadastro de 2.000 famílias em São Paulo, que têm prioridade em programas de assentamento ou estão em terras ainda não legalizadas.
O tamanho da área entregue a cada família varia de acordo com a qualidade da terra.
Em Rancharia, por exemplo, os assentamentos para 400 famílias têm lotes de 17 hectares, área igual a 23 campos de futebol.

Dificuldades
O superintendente acredita que as famílias que vivem em cidades podem ter dificuldades na adaptação às condições de vida no campo.
``Esse tipo de cooptação de pessoas pode criar mais problemas, levar mais gente para a beira de rodovias. E depois não podem dizer que o governo é responsável por isso."
O superintendente disse que os sem-terra, ao incentivar novas invasões, estão mostrando falta de disposição de negociar com o Incra.

Texto Anterior: MST convoca favelados para invadir terras
Próximo Texto: Lula inicia caravana e rechaça trégua
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.