São Paulo, quinta-feira, 5 de outubro de 1995 |
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Hudson é tratado como imagem
MARCELO REZENDE
Um símbolo sexual de seu tempo, os anos 50, Hudson construiu sua carreira vendendo uma imagem tão intensa de força e beleza que, quando morreu vitimado pelo vírus da Aids, na década passada, se transformou quase em um mártir da doença. Sua história era a de um homem que esconde do mundo suas preferências sexuais -Hudson era homossexual- pela pressão de não ser, para outros, o que dele se espera (os outros, em seu caso, o público). O drama que a TV exibe hoje não é uma tentativa de entender seu caso, ou da Hollywood de seu tempo, mas apenas um leve apanhado de seus casos, dúvidas e repressões, vendendo aos espectadores a imagem de um homem frágil e atormentado. A ironia de um filme como esse vem do fato de roubar de Hudson, mais uma vez, a chance de ser mostrado não como uma imagem, a do galã ou vítima, mas definitivamente apenas por aquilo que era: um ator. Texto Anterior: Malufista solta o Bafo do Tigre Louco! Próximo Texto: História pesa sobre filme de George Stevens Índice |
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