São Paulo, sexta-feira, 6 de outubro de 1995![]() |
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Diplomata pode perder visão do olho esquerdo
ABNOR GONDIM; WILLIAM FRANÇA
A informação foi prestada ontem pelo Hospital de Base do Distrito Federal. Andréia deve fazer hoje uma ecografia no olho. Segundo o hospital, ela poderá fazer nova cirurgia plástica no supercílio esquerdo se quiser. Ela deve ficar no hospital por uma semana. O cunhado da diplomata, Luís David, disse que o atentado não foi vingança pessoal. Ele afirma também que ela não conhecia o suspeito, Jorge Mirândola. O livro-bomba foi entregue diretamente no Itamaraty, provavelmente na mesma terça-feira em que explodiu. O papel que o envolvia não trazia selos nem qualquer carimbo das chamadas ``carteiras de entrada", uma espécie de protocolo interno do Itamaraty. Isso significa que o pacote foi deixado por alguém com livre trânsito no prédio -a PF quer saber também onde e quando o pacote foi deixado. Há informações de que a Brasília amarela de Jorge Mirândola -suspeito da autoria do atentado- foi vista nas imediações do Itamaraty na terça-feira. A PF (Polícia Federal) tenta confirmar a informação. O livro-bomba, endereçado à divisão em que Andréia trabalhava, no 6º andar, inicialmente, foi levado para outra seção, no 5º andar. Andréia chefia a Divisão de Assuntos Previdenciários e Sociais. O pacote era dirigido à seção, mas estava misturado com as correspondências da Divisão de Transportes, Comunicações e Serviços, na sala 507. Um contínuo levou o livro-bomba (que não era dirigido nominalmente a Andréia) para o 6º andar por volta das 14h30 -a explosão ocorreu às 16h. A bomba foi instalada num livro de Direito Internacional, escrito em espanhol. Ele teve suas páginas internas recortadas, onde foram instalados os explosivos. O detonador foi com um filamento de lâmpada de 9 watts quebrada e ligada a uma bateria de 9 volts. Segundo a PF, a bomba é de potência média e poderia ter matado Andréia. Como foi aberta de cabeça para baixo, e o detonador estava invertido, o impacto maior foi sobre a sua mesa. Andréia também não foi atingida nas pernas porque a bomba estourou numa parte da mesa em que havia duas gavetas. (Abnor Gondim e William França) Texto Anterior: Lei impedia prisão antes, diz ministério Próximo Texto: Atraso nas reformas preocupa investidores alemães no Brasil Índice |
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