São Paulo, sexta-feira, 6 de outubro de 1995 |
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Policiais do Rio são processados sob acusação de ligação com tráfico
FERNANDA DA ESCÓSSIA
Ontem foram ouvidas 29 testemunhas arroladas no processo por colaboração com o tráfico. Os réus são o delegado Paulo César Vieira, os detetives Victor Hugo Rodrigues do Rosário e Jorge Luiz Mendonça e o soldado da PM Cristóvão Reis da Silva. Eles são acusados de ter liberado, sem investigação, 37 pessoas detidas pela Polícia Militar no morro do Dendê, num churrasco de aniversário de Carlos Januário Pedro, o Gordo, procurado por tráfico de drogas. A promotoria afirma que entre os detidos estavam integrantes da quadrilha de Romildo de Souza, o Miltinho do Dendê, líder do tráfico no morro. No mesmo dia do churrasco, 10 de junho, a promotoria rastreou todos os telefones celulares da Ilha e flagrou conversas em que os traficantes eram informados da operação da PM e negociavam a liberação dos detidos por US$ 30 mil. Nas conversas gravadas, são citados os nomes Paulo César, Victor Hugo, Mendonça e Cristóvão. São os mesmos nomes dos policiais de plantão na 37ª DP no dia 10 de junho. Policiais militares disseram ontem, em depoimento, que viram quando os detidos foram fichados na delegacia e depois liberados, depois de serem reconhecidos por um homem do morro. As fitas, motivação inicial da denúncia, estão sendo periciadas. A defesa alega que as vozes não são dos policiais. A segunda denúncia dos promotores Ana Paula Cardoso e José Antônio Gonçalves acusa o detetive Victor Hugo e o PM Cristóvão Reis de sequestrar traficantes do morro do Dendê e libertá-los depois de pagamento de propina. As contas bancárias dos policiais e de seus familiares tiveram o sigilo quebrado. O Banco Central e a Receita Federal também ajudam na investigação. Texto Anterior: Extermínio da sensibilidade Próximo Texto: Procurador da República fica uma hora sob mira de revólver em SP Índice |
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