São Paulo, domingo, 8 de outubro de 1995 |
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Banerj irá terceirizar administração FRANCISCO SANTOS FRANCISCO SANTOS; CARLOS HENRIQUE SANTIAGO
O déficit é consequência dos altos custos administrativos e da captação de recursos do banco em comparação com suas receitas de empréstimos e outros serviços. Muitos clientes de grande porte se afastaram do banco, segundo diagnóstico do governo do Estado. O Banerj está sob Regime Especial de Administração Temporária do BC desde janeiro. Fechou 1994 com um débito junto à linha de redesconto do BC (fundo para atender a bancos em dificuldades no dia-a-dia) de R$ 365 milhões. Além disso, o balanço do banco divulgado esta semana revelou que ele tinha, no dia que a intervenção foi decretada, um passivo a descoberto (dívidas que não têm correspondência em bens) de R$ 1,03 bilhão e prejuízos acumulados de R$ 1,18 bilhão. Somente em 94, o prejuízo foi de R$ 307 milhões. Para o secretário Marco Aurélio Alencar, ``o Estado é incapaz de gerenciar bancos". A partir deste diagnóstico, o governo do Rio decidiu implementar um processo de privatização do Banerj que deverá começar pela contratação de uma instituição financeira para administrá-lo a partir de janeiro de 96. Na próxima quarta, o governo do Rio publica o edital de licitação para escolher o responsável pela terceirização. A escolha será definida até o começo de dezembro. Alencar afirmou que o administrador do Banerj ``terá plenos poderes para tornar o banco viável e superavitário". Isso inclui a possibilidade de demitir parte dos 12 mil empregados e fechar algumas das 229 agências, embora o secretário afirme que ``no tempo" o banco deverá se tornar até maior do que é agora. Ele disse que a soma de uma administração profissional com o lastro de segurança do regime de administração temporária do BC deve fazer com que o déficit operacional do banco caia a níveis mínimos logo nos primeiros meses. Segundo Alencar, o próprio governo do Rio se propõe a negociar o pagamento, sem qualquer favor político, de seu débito de R$ 370 milhões com o banco. Segundo ele, esse débito corresponde a um mês de arrecadação do Estado. Credireal O Credireal, de Minas Gerais, quer solucionar até fevereiro o maior empecilho à sua privatização -dívidas trabalhistas de R$ 120 milhões. Para resolver o problema foi criado um fundo de reserva com recursos do Estado e do próprio banco. O fundo tem R$ 35 milhões e deve receber os R$ 95 milhões restantes antes da privatização, em fevereiro de 96. Colaborou CARLOS HENRIQUE SANTIAGO, da Agência Folha, em Belo Horizonte Texto Anterior: Banco Central defende privatização total Próximo Texto: Estabilidade desmascara situação de bancos estaduais Índice |
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