São Paulo, domingo, 8 de outubro de 1995 |
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Líderes de doações se dizem independentes
MARTA SALOMON
O recordista da lista é o atual ministro do Planejamento, José Serra, eleito senador pelo PSDB de São Paulo. Serra declarou ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) ter gasto R$ 1,9 milhão -o equivalente a 15 anos de salário como senador, ou seja, dois mandatos). ``Não faz sentido comparar custos de campanha sem levar em conta o número de eleitores de cada Estado", disse o ministro. Para o ministro, eleito senador com 6,4 milhões de votos, não há qualquer comprometimento com os interesses dos seus financiadores. ``Quem me apoiou o fez pelas minhas idéias e pela minha capacidade de trabalho", disse. O primeiro colocado na Câmara, o deputado Jurandyr Paixão (PMDB-SP), se diz um homem rico, que gastou tanto quanto a Justiça Eleitoral permitiu. ``Não tem como escapar desse custo", afirma. Sua campanha saiu por mais de R$ 580 mil. Paixão tem um argumento defendido pela maioria dos integrantes da lista dos que mais gastaram. Seus gastos parecem altos porque ele teria declarado todo o custo da campanha, como manda a lei. "Não gastei nenhum tostão a mais do que declarei ao TSE", diz o deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP), outro integrante do grupo. Marquezelli diz que viu ``campanhas milionárias" sem registro no tribunal. "Esse é um custo realista e honesto de uma eleição para a Câmara por São Paulo", calcula o deputado Jorge Tadeu Mudalen (PMDB-SP). ``Quem diz que faz campanha com menos está mentido", desafia Mudalen, que gastou R$ 427,7 mil. Só há uma chance de o preço da candidatura cair, segundo Mudalen: quando o candidato é proprietário de canais de rádio ou televisão ou tem redutos eleitorais. "Empreiteiros e banqueiros financiam todo mundo e não há nada demais se o financiamento não implicar retribuição futura", sustenta o líder do governo, deputado Luiz Carlos Santos (PMDB-SP). ``Que retorno eles podem ter com um Congresso como este que não vale nada?", questiona o deputado Delfim Netto (PPB-SP). Na avaliação do deputado ``o Legislativo pertence ao Executivo". Texto Anterior: Empresa de senador ajudou FHC e Serra Próximo Texto: "Não foi uma campanha cara", diz o deputado que mais gastou Índice |
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