São Paulo, domingo, 8 de outubro de 1995
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Empresas também financiaram esquerda

OLÍMPIO CRUZ NETO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Quatro partidos de esquerda -PT, PDT, PSB e PC do B- conseguiram eleger 71 parlamentares com R$ 3,32 milhões, em 13 Estados. Só o Piauí não elegeu parlamentares de esquerda no universo pesquisado pela Folha.
PT e PSB foram os dois partidos que obtiveram mais recursos de pessoas físicas. Os simpatizantes das candidaturas petistas participaram com 63,63% do total arrecadado. Pelos documentos, em muitos Estados toda a campanha eleitoral das esquerdas contou apenas com pessoas físicas.
É o caso do líder do PT na Câmara, deputado Jaques Wagner (BA). Ele recebeu R$ 36.849,64 em doações. Wagner informou ao TSE que tirou do próprio bolso 36,74% do total.
A mesma situação se repetiu com o deputado Alcides Modesto (PT-BA), que financiou 68,43% da campanha, avaliada em R$ 24,8 mil. O deputado Paulo Paim (PT-RS) recebeu apenas R$ 260 de dois empresários, arrecadando R$ 24,9 mil.
A senadora Marina Silva (PT-AC) informou à Justiça que conseguiu se eleger com apenas R$ 5,65 mil. Com recursos próprios, ela obteve mais de 64,4 mil votos para uma das duas cadeiras ao Senado pelo Acre.
Além da senadora petista, o levantamento feito pela Folha em 13 Estados revela que os partidos considerados de esquerda conseguiram eleger apenas mais dois senadores: Ernandes Amorim e José de Abreu Branco, ambos do PDT de Rondônia. Juntos, arrecadaram R$ 405,5 mil -a maior parte (69,09%) da iniciativa privada.
O mesmo ocorreu com o deputado José Genoino (PT-SP), que declarou ter recebido R$ 62,9 mil de empresas, o equivalente a 73% do volume de recursos arrecadados -R$ 86,13 mil. Ele foi o campeão entre os colegas da bancada petista de São Paulo.
Proporcionalmente, o partido que mais se beneficiou com as doações da iniciativa privada foi o PDT. Recebeu R$ 1,37 milhão para a campanha de 21 deputados.

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