São Paulo, domingo, 8 de outubro de 1995
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Febraban não interfere em doações

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Febraban (Federação Brasileira das Associações de Bancos) informou que cabe a cada um de seus associados decidir se deve ou não financiar campanhas políticas. Oficialmente, a entidade não estimula nem proíbe as doações.
Procuradas na quarta e na quinta-feira pela Folha, as direções dos bancos que mais investiram na eleição passada se recusaram a falar sobre o assunto.
A determinação valeu para o Bradesco, o Itaú e o Unibanco. Juntos, os três bancos gastaram mais de R$ 9 milhões nas campanhas de 13 Estados.
O deputado Benito Gama (PFL-BA) avalia que a contribuição dos bancos na última campanha representa a participação de um segmento importante da economia no financiamento eleitoral. ``Mas não há influência na política", afirma.
Não cobram
``Nunca vi pessoal tão mal-articulado: eles não me cobram nada", disse o deputado Basílio Villani (PPB-PR), um dos que receberam doações de bancos.
"Eu até gostaria que eles me pedissem algo, para eu ter crédito: queira Deus que eles participem mais." Villani acha que foi ``pouco" o que recebeu dos bancos (R$ 180 mil).
O líder do governo no Congresso, Germano Rigotto (PMDB-RS), também ajudado por bancos, diz que nunca conversou com um banqueiro após a eleição.
Já o deputado Paes Landim (PFL-PI), preferido pelos banqueiros entre os deputados eleitos, diz manter contatos com o presidente do Bradesco, Lázaro Brandão, seu amigo.
Landim diz que defenderia o sistema financeiro independentemente das doações que recebeu.
``Sou um liberal empedernido e todo liberal é a favor do sistema financeiro", afirmou o deputado.

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