São Paulo, domingo, 8 de outubro de 1995 |
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Empreiteiras investem mais em governos
LUCIO VAZ; MARTA SALOMON De R$ 26 milhões, R$ 20 milhões foram para candidatos a governador; empreiteiras preferem PMDB; bancos, PFLDa Sucursal de Brasília A parte visível da contabilidade dos 13 Estados analisados pela Folha indica que as 30 maiores empreiteiras investiram R$ 26,3 milhões nas eleições para o Congresso e para os governos estaduais. Quem mais aplicou dinheiro foi a Andrade Gutierrez (R$ 8,37 milhões). O principal investimento, conforme os números oficiais, foi feito nas eleições para governadores: R$ 20,8 milhões. As eleições para deputados federais e senadores consumiram R$ 5,4 milhões. No Congresso, as empreiteiras investiram mais em quem tem poder. O líder do governo na Câmara, Luiz Carlos Santos (PMDB-SP), foi o mais favorecido, com R$ 289,5 mil. As empreiteiras ajudaram a eleger 116 deputados e 7 senadores nos 13 Estados pesquisados pela Folha. O PMDB recebeu 44,6% dos recursos, ou R$ 2,4 milhões. O PFL, com 19% dos congressistas, recebeu 15,2% -R$ 836 mil. Os petistas (6,7% do Congresso) obtiveram 1,4% -R$ 78 mil. Os partidos ``nanicos" receberam pouco. O PPS (Partido Popular Socialista), ex-PCB, angariou R$ 24 mil das empreiteiras. Seu beneficiário, o candidato Fernando Santana (BA), não foi eleito. Considerando-se as contribuições dadas a candidatos ao Congresso e aos governos estaduais, o PSDB ganha o posto de legenda preferida das empreiteiras. O partido do presidente Fernando Henrique Cardoso recebeu R$ 10,3 milhões (39,2%). Desse total, R$ 9,6 milhões foram para as campanhas de governos. Os números não incluem o "caixa dois da campanha. O candidato ao governo de Minas Gerais Eduardo Azeredo recebeu de uma só vez uma doação de R$ 3 milhões da Andrade Gutierrez. Foi no dia 10 de novembro, cinco dias antes do segundo turno, quando o tucano era o favorito. O PMDB ficou em segundo lugar na colocação geral. Na soma das contribuições ao Congresso e aos governos Estaduais, obteve R$ 6,2 milhões (23,8%). Critérios Nem todas as empreiteiras usam o mesmo critério nos investimentos eleitorais, mas a maioria aposta mais nos candidatos favoritos. A OAS é o melhor exemplo. Em Minas Gerais, jogou R$ 240 mil na campanha de Hélio Costa (PP), em 28 e 30 de setembro. No segundo turno, quando Azeredo virou a eleição e assumiu a condição de favorito, a OAS doou R$ 241 mil à campanha do tucano, em 20 outubro e 16 de novembro. Costa foi esquecido. Nas eleições para o governo de São Paulo, a OAS apostou pouco em quem tinha pouca chance e muito em quem oferecia mais possibilidades de vitória. Em agosto, doou R$ 15 mil a José Dirceu (PT). Em setembro, R$ 18 mil para Barros Munhoz (PMDB). Ainda em setembro, despejou R$ 450 mil na campanha de Mário Covas (PSDB). Reparte A prestação de contas da campanha eleitoral demonstra que o PMDB é o partido preferido das empreiteiras, e o PFL, dos bancos. O PMDB ficou com 44,6% do dinheiro que as empreiteiras aplicaram nos candidatos à Câmara e ao Senado. O PFL consumiu 40% do financiamento feito pelos bancos aos eleitos. (Lucio Vaz e Marta Salomon) Texto Anterior: A cada eleição, paranaense faz avaliação da relação custo-benefício Próximo Texto: Orçamento é o principal alvo Índice |
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