São Paulo, domingo, 8 de outubro de 1995 |
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Metade dos doentes não sabe que tem problema
JAIRO BOUER
O diabetes se instala de forma discreta, e o diagnóstico só é feito quando a pessoa aparece com alguma das complicações. Problemas circulatórios, infecções repetidas, perda progressiva da visão, impotência sexual, hipertensão arterial (pressão alta) e insuficiência dos rins são as complicações mais frequentes. Alterações na retina (estrutura localizada no fundo dos olhos) e nos rins podem levar até 20 anos para serem notadas. Um dos grandes desafios dos sistemas de saúde pública é conseguir identificar precocemente as pessoas com diabetes e instituir uma forma de controle eficaz. Os especialistas sabem que as complicações dependem do tempo que a pessoa ficou exposta aos níveis elevados de glicose. Quando a doença é diagnosticada e controlada desde o início, as complicações podem ser evitadas. Reino Unido No Reino Unido, o tempo médio entre a instalação da doença e o diagnóstico varia de 3 a 5 anos. No Brasil, não há dados disponíveis, mas os especialistas acham que esse intervalo seja maior. Não existe cura para o diabetes. A única alternativa que os doentes têm é manter sua glicemia (taxa de açúcar no sangue) controlada pelo resto da vida. Mas há outro problema comum a todas as doenças que exigem tratamento crônico: com o tempo, as pessoas acabam abandonando as medicações e os cuidados. Alguns trabalhos clássicos indicam que a ``aderência" por longo prazo ao tratamento das doenças crônicas é de cerca de 10%. Ou seja, além de que boa parte dos diabéticos desconhecem ter a doença, a maioria dos que sabem acabam desistindo do tratamento. (JB) Texto Anterior: Endocrinologista diabético lança livro sobre a doença Próximo Texto: Dieta pode controlar doença Índice |
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