São Paulo, domingo, 8 de outubro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Competição exige preço sempre menor

Fábricas `repensam' forma de produção

DA REPORTAGEM LOCAL

As regras do jogo estão mudando rapidamente na indústria automobilística, diz Luc de Ferran, diretor de operações de carros da Ford.
Ele lembra que, há quatro ou cinco anos, era considerado ``viável" um aumento real -em dólar- nos preços dos carros, entre 4% e 5%. O acréscimo seguia a inflação dos EUA.
Isso acabou. ``Agora o preço precisa cair continuamente em dólar, para que a empresa possa manter a competitividade."
Para vender produtos de qualidade com preços mais baixos, as montadoras, diz Ferran, estão ``repensando" sua maneira de produzir carros.
``É preciso responder a duas questões básicas: 1) o que eu sei fazer melhor? 2) o que os outros, os fornecedores, podem fazer melhor do que eu?", diz.
É isso, segundo ele, que provoca a tendência cada vez maior à terceirização no setor. Mas Ferran não acredita que a terceirização implique, automaticamente, em perda de postos de trabalho. ```Esses empregos podem ir para o fornecedor", diz.
A nova linha de montagem do Fiesta representa um grande ganho de produtividade. Quando estiver em plena capacidade, no final de 96, produzirá 32 carros por empregado por ano.
O início de operação do Fiesta está previsto para abril de 96. O ritmo inicial será de 350 unidades/dia. A produção máxima prevista é de 1.050 unidades/dia.
Os primeiros carros-piloto começam a ``sair do forno" em novembro. O objetivo principal é testar o funcionamento de todo o equipamento de produção.
Mas o diretor da Ford admite que ainda não dá para comparar com a fábrica de Valência, na Espanha, onde o novo Fiesta está sendo montado desde setembro.
``Lá são montados 60 carros por ano por empregado. Mas o nível de automação em Valência é muito maior. Eles têm cerca de 200 robôs. Precisaríamos fazer 2.000 carros por dia para atingir essa produtividade."
Mas lembra que em 81, véspera do lançamento do Escort, a Ford tinha 14 mil funcionários, produzia 45 carros por hora e trabalhava com estoque para 30 dias. ``Agora estamos falando em 6.000 funcionários, sete dias de estoque e 70 carros por hora. É uma grande diferença."

Texto Anterior: Carro mundial muda fábrica da Ford
Próximo Texto: Empresa cria condomínio de fornecedores
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.