São Paulo, domingo, 8 de outubro de 1995
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Novos fundos premiam a fidelidade

DA ``AGÊNCIA DINHEIRO VIVO"

A nova regra de contabilização dos papéis na carteira dos fundos não altera o princípio de que os DI ganham quando os juros sobem e os prefixados, quando caem.
O que muda é que o investidor que fica fiel ao fundo não é prejudicado quando outros pedem o resgate, como acontecia antes.
Há uma certa confusão quanto à forma de apropriação do rendimento dos títulos ao longo do mês para a valorização diária das cotas.
Antes, o juro nominal do papel da carteira era dividido pelo número de dias úteis. O valor era incorporado diariamente às cotas.
Pela nova regra, a cota terá de ser reajustada pelo valor de mercado dos títulos que compõem a carteira. Se os juros subirem, a cota terá de ser desvalorizada.
A intenção do BC é proteger o investidor que fica no fundo quando há resgates. Ao vender o papel, o administrador tem de dar um ágio ao comprador, já que o título que oferece vale menos do que os que forem emitidos depois da alta.
A diferença era compensada no valor das cotas remanescentes: quem saía levava o ganho integral. Agora, o administrador terá de fazer essa compensação a cada mudança dos juros no mercado. Se alguém pedir resgate, a perda com o ágio já estará compensada.
O que muda com o novo método é que as oscilações do mercado vão se refletir na rentabilidade, mesmo que o papel não seja vendido. Caso o fundo chegue ao final do mês sem se desfazer dos papéis, esse desconto (no caso de alta dos juros) terá de ser revertido, acreditam os administradores.
Para eles, a melhor solução para evitar saltos no rendimento quando o papel for a vencimento e o lucro revertido ao fundo é não abater o ágio da cota, mas fazer uma provisão para futuros prejuízos.
Se a provisão do fundo for muito elevada, é sinal que boa parte da carteira é composta por títulos comprados antes da alta dos juros e podem ocorrer perdas futuras.
Essa necessidade cresce à medida em que se alongam os prazos de aplicação. Quanto mais longe o vencimento do papel, maior o risco de prejuízo na venda.

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