São Paulo, domingo, 8 de outubro de 1995
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Estime para quanto pode subir seu salário

Assalariado com data-base anual nos próximos meses pode prever seu reajuste e, assim, programar desde já o orçamento.
A tabela acima traz três hipóteses de reajuste:
1 - na segunda coluna, o simples resíduo do IPC-r, obrigatório por lei e que será zerado em julho de 96. Em julho de 95, o reajuste foi pelo IPC-r integral de 35,30%;
2 - na quarta coluna, o reajuste total pela estimativa 1, que acresce aos respectivos resíduos de IPC-r projeções de inflação com base no INPC (este índice deu 2,46% em julho/95, 1,02% em agosto e 1,17% em setembro; foi projetado 1,5% nos meses seguintes);
3 - na última coluna, o reajuste pela estimativa 2, projetando inflação média de 1% ao mês de outubro em diante.
São meras projeções, mas permitem que o assalariado tenha uma idéia do futuro salário.
Suponha que, na última data-base, em novembro de 94, seu salário tenha passado para R$ 1.000.
Em novembro de 95, prevendo-se reajuste pela inflação integral na estimativa 1, o salário passaria para R$ 1.243,30 (multiplique 1.000 por 1,2433). Na estimativa 2, iria para R$ 1.273,10. Na pior das hipóteses, ficaria só com o resíduo do IPC-r: R$ 1.169,70.
No reajuste da data-base, são descontadas as antecipações. Por isso, considere como base de cálculo o salário da data-base anterior. Se o reajuste anual é de 24,33%, por exemplo, e a empresa já concedeu 10%, sobram 13,03% (divida 1,2433 por 1,10).
Pesquisa do Dieese mostra que, até julho de 95, os acordos estipularam aumentos reais (acima do IPC-r) entre 4% e 21%.
O sindicato das costureiras de São Paulo e Osasco, com data-base em julho, por exemplo, conseguiu 46,12% de reajuste mais 8% reais. O IPC-r era de 35,30%.
Mas isso não é regra. Os trabalhadores do setor de distribuição de gás em São Paulo receberam como proposta inicial 20,94% de reajuste em setembro. É o resíduo do IPC-r e nada mais.

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