São Paulo, domingo, 8 de outubro de 1995
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Microempresas descobrem o Mercosul

SUZANA BARELLI
ENVIADA ESPECIAL AO RIO

As micro e pequenas empresas estão descobrindo o Mercosul (Mercado Comum do Sul) e percebendo que podem encontrar parceiros, fornecedores e representantes fora das fronteiras do Brasil.
Esse foi o principal resultado do 2º Mercotrade, roda de negócios entre pequenos empresários do Mercosul (Argentina, Paraguai, Uruguai e Brasil) e do Chile, encerrada sexta-feira no Rio.
``A pequena empresa está percebendo que o comércio exterior é um grande filão de negócios", afirma Marcos Hupe, coordenador de comércio exterior do Sebrae-RJ (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Estado do Rio de Janeiro).
Nos cálculos do Sebrae-RJ, que promoveu o evento, as micro e pequenas empresas são responsáveis por cerca de 5% da pauta de exportação brasileira.
Ao todo, o 2º Mercotrade reuniu 2.410 empresários de 1.220 companhias.
A perspectiva dos participantes é de que 88% das 4.300 entrevistas realizadas sejam convertidas em negócios, totalizando US$ 163 milhões nos próximos 12 meses.
O evento exibiu os mais diversos produtos -de massas, chocolates, cintos e isoladores de eletricidade até antenas parabólicas.
As pequenas empresas (48% delas tinham faturamento anual inferior a US$ 500 mil) foram ao evento interessadas nos mais diversos tipos de negócios.
O empresário Osmar Gomes de Abreu, diretor da Impe (empresa que trabalha com usinagem de materiais), conta que decidiu participar do evento para encontrar parceiros no Mercosul.
``O mercado está se abrindo e, certamente, será preciso viabilizar os intercâmbios e as trocas de matérias-primas", diz Abreu.
Mercado
O argentino Arturo Taglioretti, diretor da Taglioretti y Bianchi, quer colocar em todo o Brasil os seus produtos (couro como matéria-prima e cintos). Há um ano, ele exporta para a região sul do país.
O empresário afirma que ampliou sua produção para atender ao mercado brasileiro.
O comerciante Gustavo de Oliveira diz que suas reuniões no Mercotrade visavam contratos para representar empresas de alimentos da Argentina no Brasil.
Pesquisa do Sebrae sobre os encontros entre empresários mostra que em 91% das reuniões foi abordada a importação ou exportação de produtos ou matérias-primas e em 89% foram ofertadas as representações de marcas ou produtos no país.
Ainda segundo a pesquisa, em 71% das entrevistas foi discutida a transferência de tecnologia e em 19% se falou sobre o aporte de capital para empresas.
Na maioria dos casos, os pequenos empresários afirmam que vão aproveitar a ociosidade das fábricas produzindo para exportação.
E, no caso do sucesso dos contratos, pensam em pleitear empréstimos junto ao governo brasileiro para aumentar a produção.

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