São Paulo, segunda-feira, 9 de outubro de 1995 |
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Covas anuncia hoje plano de privatização
SILVANA QUAGLIO
Trata-se de promessa de campanha que buscará recursos junto ao setor privado para garantir investimentos em novas obras e a conclusão de outras paralisadas. Com esse tipo de iniciativa, Covas mostra-se afinado com a orientação que seu companheiro de partido, o presidente Fernando Henrique Cardoso, traçou para o país. Menos por isso e mais para prestigiar Covas, FHC confirmou presença no evento que começa às 14h no Palácio dos Bandeirantes. Depois de anunciar um Orçamento para 1996 no valor de R$ 31,710 bilhões, dos quais apenas R$ 2,169 bilhões são para investimentos, Covas pretende recuperar o moral do Estado anunciando, por exemplo, a transferência para a iniciativa privada de 8.000 km de estradas pavimentadas. A idéia é que a manutenção dessas estradas, bem como a construção de novos trechos, seja mantida por empresas privadas em troca da exploração do pedágio. Com isso, haveria um investimento de R$ 2,5 bilhões na área de transportes rodoviários nos próximos quatro anos, sem que o governo desembolsasse um tostão. A venda de patrimônio - oito hotéis, nove balneários e, pelo menos, 500 imóveis - e a privatização da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) e da Codasp (Companhia de Desenvolvimento Agrícola de São Paulo) devem render R$ 518 milhões. Mas a crise econômico-financeira do Estado de São Paulo é tão grave que a soma teve de ser incluída no Orçamento para 96 para evitar um déficit inicialmente previsto em R$ 745 milhões. Fosse outra a situação, o dinheiro poderia ser aplicado, por exemplo, na conclusão de 23 hospitais, cujas obras paralisadas consumiriam R$ 500 milhões. Em contrapartida, Covas incluiu em seu programa de parcerias a conclusão de sete hospitais. Na maioria dos casos, as obras estão pela metade. O programa de Covas prevê, ainda, a reestruturação do setor elétrico para posterior privatização. O patrimônio da Cesp, Eletropaulo e CPFL é de R$ 15,8 bilhões, com faturamento anual de R$ 7,7 bilhões. O objetivo é que o Estado deixe de fornecer energia elétrica e se concentre no papel de regular, fiscalizar e definir a política tarifária do setor energético do Estado. Texto Anterior: Deputado considera "normal" Próximo Texto: FHC faz pesquisa para justificar demissão Índice |
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