São Paulo, segunda-feira, 9 de outubro de 1995
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Paulistano `visita' Senna e congestiona túnel

CLAUDIO AUGUSTO
DA REPORTAGEM LOCAL

São Paulo homenageou Ayrton Senna, que dá nome ao túnel de 1.699 sob o parque Ibirapuera (zona sul), bem ao estilo da cidade: com um congestionamento.
A ansiedade do paulistano para conhecer o Complexo Viário Ayrton Senna provocou morosidade do trânsito na avenida 23 de Maio, uma via expressa, ontem à tarde.
Pouco depois das 16h, quando o túnel foi desinterditado, os motoristas fizeram uma ``romaria motorizada" pelo local.
A velocidade não passou de 30 km/h. O túnel foi projetado para permitir que o tráfego flua a uma velocidade de 60 km/h.
Os estudantes Paulo César Monastero Soncini, 27, e Andréa Ferres Valverde, 22, se anteciparam aos motoristas.
Eles vieram de bicicleta de Santo Amaro (zona sul) até o Ibirapuera para visitar a obra. ``Ayrton Senna em primeiro lugar. A gente veio ver a escultura e o túnel", disse Soncini.
A escultura ``Velocidade: Alma e Emoção", em homenagem ao piloto tricampeão mundial, foi colocada na entrada do túnel.
Trata-se da reprodução estilizada de um carro de F-1. A artista Melinda Garcia, que fez a escultura, sugere em seu trabalho o gesto de Senna erguendo uma bandeira de dentro do carro.
``A bandeira é uma marca do Senna, mas acho que poderia ter uma réplica do capacete dele", afirmou Soncini, que não gostou da escultura.
A Prefeitura de São Paulo pagou R$ 89 mil pela escultura. Não houve concorrência para definir o artista que faria o trabalho.
O microempresário Verci Pinheiro, 26, também se antecipou aos motoristas e fez uma incursão pelo túnel em sua ``bike".
No caso dele, a curiosidade foi aguçada mais pelas dimensões da obra do que pelo fato de o prefeito Paulo Maluf (PPB) ter decidido homenagear Ayrton Senna.
``Dizem que é o maior túnel de São Paulo. Eu vim aqui ver", afirmou Verci Pinheiro.
Anteontem, o prefeito Paulo Maluf inaugurou o túnel. Ele disse que a obra vai retirar os carros do entorno do parque, elevando a velocidade média dos ônibus de 15 km/h para 23 km/h.
A oposição acusa Maluf de ter gasto mais de R$ 300 milhões na obra. O prefeito disse que a obra custou R$ 179 milhões.

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