São Paulo, segunda-feira, 9 de outubro de 1995 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Calor estraga desempenho da Maratona de São Paulo MAURO TAGLIAFERRI e SÉRGIO KRASELIS MAURO TAGLIAFERRI; SÉRGIO KRASELIS
Quando a corrida começou, às 9h, a temperatura na cidade já chegava a 23 graus Celsius. No momento em que Santos cruzou a linha de chegada, 2h17min11s depois, os termômetros acusavam 26 graus. A russa Ilyina Nadezhda, vencedora da prova feminina, passou ainda mais tempo sob o sol: 2h49min33s. A corredora se sentiu mal depois da maratona. Assim que concluiu a prova, Nadezhda se ajoelhou e pediu para que jogassem água sobre si. Depois, sentada, passou gelo no rosto e recebeu massagem nas pernas. Após ganhar o prêmio de R$ 17 mil no pódio, foi levada ao centro médico do clube Círculo Militar. ``Ela chegou debilitada devido ao esforço e ao calor", disse o médico Joel Tedesco, que a atendeu. A atleta russa ficou descansando no clube. ``A temperatura ideal para se correr uma maratona fica entre 12 e 15 graus Celsius", disse o médico Henrique Viana, 48, técnico do vencedor Luiz Antônio dos Santos e também de Cibélia Maria de Vasconcelos, 30, a brasileira mais bem colocada na prova feminina -terceiro lugar. Com o calor, o rendimento de seus atletas caiu. Luiz Antônio ficou longe de sua melhor marca (2h10min39s), do recorde brasileiro (2h09min50s) e mais ainda do recorde mundial (2h06min50s). ``Já participei de maratonas mais competitivas", disse o brasileiro logo após atingir, ao som de ``Carruagens de Fogo" e com uma bandeira verde e amarela nas mãos, a linha de chegada. ``Gostei de passar pelos túneis, porque o ar lá dentro era mais fresco", acrescentou o vencedor, referindo-se aos três túneis do percurso de 42.195 metros. Pela vitória, Luiz Antônio faturou um cheque de R$ 17 mil e, por ser o melhor brasileiro no masculino, ganhou um carro Corsa 1.0. ``Sabia que seria besteira tentar fazer tempo em São Paulo. Estava muito quente e o percurso é cheio de morros", declarou Cibélia. ``O ideal era largar às 7h, quando é mais fresco", completou. Ela terminou a maratona em 2h59min42s (o recorde brasileiro é 2h27min41s e o mundial, 2h21min06s), levou R$ 7.000 e mais um Corsa 1.0 por ser a melhor brasileira no feminino. ``Não sabia que a temperatura e a umidade seriam tão altas", falou o sul-africano Ndivheni Martin, terceiro colocado na corrida. A umidade relativa do ar esteve ontem, em São Paulo, na casa dos 70%, enquanto que o ideal para um maratonista é 60%. Mesmo com as condições adversas, as vitórias de Luiz Antônio e de Nadezhda não sofreram ameaças em momento algum. O brasileiro assumiu a ponta da prova no quilômetro 21, ao ultrapassar o ``coelho" Elias Bastos, incumbido de dar o ritmo da maratona até a sua metade. A partir de então, liderou absoluto e, depois de percorrer o túnel Ayrton Senna, sob o parque do Ibirapuera (região sul de São Paulo), já comemorou a vitória. Segundo a organização do evento, cerca de 7.000 pessoas se inscreveram para a 1ª Maratona de São Paulo, mas 1.500 não retiraram seus números de inscrição. Texto Anterior: Schumacher não quer trabalhar com Lauda; Maratona da Itália é vencida por brasileiro; Pelé critica Romário, Edmundo e Zandoná; Higuita marca gol de pênalti na Colômbia; Del Vecchio morre em Santos aos 61 Próximo Texto: Cidade tem nova prova em 96 Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |