São Paulo, segunda-feira, 9 de outubro de 1995
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"Será uma nova catequese"

ANTONINA LEMOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Os religiosos e os professores temem que, por trás da decisão da Secretaria de Educação, esteja a Igreja Católica.
``A única religião favorável a isso é a católica. Eles perdem terreno no mundo todo e querem conquistar novos adeptos. Isso provocaria uma nova catequese", diz Ogan Gilberto Ferreira.
A catequese foi um movimento da Igreja Católica para conseguir mais adeptos. Aconteceu principalmente na Idade Média.
Os defensores da medida se apóiam no artigo 207 da Constituição, que diz que as escolas devem oferecer aulas de religião.
``Se está na Constituição, precisa ser cumprido", diz o padre José Bizol, coordenador da Comissão de Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso da Arquidiocese de São Paulo.
``Quem paga essas aulas? O Estado não tem dinheiro. A Igreja Católica aparece com voluntários. Mas eles voluntários são católicos e vão conquistar adeptos para sua religião", diz Roberto Felício, da Apeoesp (Associação dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo)
``Ninguém quer fazer catequese. Queremos dar base para as pessoas vivenciarem sua espiritualidade", diz Bizol. A Secretaria de Educação só informará sobre as aulas, quando acabarem os trabalhos da comissão que estuda o assunto.

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