São Paulo, terça-feira, 10 de outubro de 1995
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Filme sobre cantora passa na TV dos EUA

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O fascínio da mídia norte-americana com Carmen Miranda prossegue, 40 anos após sua morte.
O documentário ``Bananas Is My Business", exibido sexta-feira passada pela rede de TV pública, PBS, ganhou destaque nos jornais.
No ``The Washington Post", o programa chegou a valer primeira página. No ``USA Today", ganhou três estrelas em quatro como avaliação. ``The New York Times" lhe deu alto de página.
Como qualquer pessoa de bom senso e bom gosto, quase todos os críticos desprezaram os trechos ficcionais da psicobiografia de Carmen feita por Helena Solberg.
Mas todas destacaram o excelente caráter documental do filme. Se Solberg tivesse limitado suas ambições a fazer apenas um documentário, teria criado uma obra-prima. Como quis fazer mais, caiu numa esparrela.
Muitos norte-americanos, como muitos brasileiros, têm ainda uma certa má-consciência por terem tratado mal uma artista que merecia mais reconhecimento.
No caso dos norte-americanos, eles se recriminam por terem limitado a carreira de Carmen ao esterótipo da baiana sensual e a terem impedido de evoluir como atriz, hipótese do filme de Solberg.
O espaço profuso dado pelos jornais ao programa da PBS deve-se, em parte, a uma tentativa de expiar o mal passado.
Mas parte da explicação para a boa mídia do filme é que o público ainda gosta do estereótipo vivido por Carmen.

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