São Paulo, domingo, 15 de outubro de 1995
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Bancada da contrução civil migra para base governista

PMDB e PPB perdem deputados para PSDB e PFL

DA REDAÇÃO

Uma análise da composição dos partidos na Assembléia Legislativa paulista, levando em conta a proporção de deputados beneficiados por doações de empresas, revela como se processa o ajustamento das bancadas a uma mudança de comando no Executivo estadual.
Os grandes partidos (com exceção das agremiações de esquerda, como PT e PDT) sempre apresentam uma elevada proporção de deputados que recebem doações de campanha de empresas da indústria, comércio e construção civil.
Após a eleição, porém, a composição de cada partido começa a mudar. O fenômeno mais evidente é a migração dos deputados cujas campanhas foram financiadas pela construção civil para as legendas que integram a nova base governista.
Assim, dos deputados eleitos pelo PMDB, partido do ex-governador Luiz Antonio Fleury Filho, 65,2% tiveram suas campanhas parcialmente financiadas por empreiteiras. Na bancada atual, essa proporção caiu para 58,8%. O mesmo ocorreu com o PPB, cuja proporção de deputados apoiados pela construção civil caiu de 22,2% para 12,5%.
O PSDB (partido do atual governador, Mário Covas) e o PFL, ao contrário, ampliaram suas bancadas ligadas à construção civil. No caso dos tucanos, os deputados apoiados por empreiteiras passaram de 57,1% para 64,7%. No PFL, essa taxa cresceu de 50,0% para 63,6%.
Esse mesmo processo ocorreu, em escala mais atenuada, com relação aos deputados eleitos com apoio de empresas do setor industrial. Também aqui o PSDB (que variou de 50,0% para 52,9%) e o PFL (de 25,0% para 72,7%) registraram ganhos, em prejuízo do PPB.

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