São Paulo, domingo, 15 de outubro de 1995
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DEPOIMENTO

Fiz oito plásticas e não parei ainda. Todo ano me analiso para ver se não preciso de mais uma. Comecei aos 24 anos, em 1970, com uma rinoplastia (meu nariz era chato, com o ossinho saltado). Quatro meses depois coloquei uma prótese no queixo. Aos 26, emagreci e operei o busto. No mesmo ano, fiz um ``lifting", levantei um pouco a testa e a pálpebra. Com 34 anos, me casei com um cara de 26 e quis fazer outro ``lifting", mas o (Oswaldo) Ghedini, meu médico, disse que não era necessário. Insisti e ele colocou umas próteses na maçã do meu rosto. Com 41, minha mãe faleceu e precisei de um ``lifting" total. Em 94, fiz a parte de baixo dos olhos. Em fevereiro deste ano, levantei um pouco a bochecha. Tenho 49 anos, mas nunca namorei homens mais velhos. Quando me separei, há poucos anos, fiz um giro pela Europa e conheci um austríaco de 27 anos, depois um inglês de 26. Não sei o que acontece, os moços se sentem atraídos por mim (acham que eu tenho a idade deles). Dizem até que eu pareço a Barbie. Atualmente, namoro um inglês de 46, que veleja, joga squash e tem uma cor linda. Parece o Nuno Leal Maia. Os ingleses costumam ser frios, mas o Roy fica louco comigo. Diz que tem fotos minhas pelas paredes do quarto e morre de ciúmes do meu ex (que parece o Christopher Reeves -ator que viveu o Super-Homem no cinema). Devo muito disso a minhas plásticas. Preciso me sentir sempre com tudo no lugar. Quando estou em Maiorca (ilha no litoral sul da Espanha) ando sem sutiã para baixo e para cima. Os europeus ficam loucos comigo.

Tarsila Carrer, 49, é arquiteta.

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