São Paulo, domingo, 15 de outubro de 1995
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Aulas particulares podem reforçar renda

MARIA SANDRA GONÇALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

A professora Rebecca Constantinidis, 25, também achou um jeito de driblar as dificuldades da profissão de magistério.
Formada em história pela USP (Universidade de São Paulo) desde o ano passado, começou a dar aulas no colégio da Lapa neste ano.
``Dar aula é bom, porque estimula o poder de síntese do professor e o obriga a estudar para passar conhecimento adiante, mas o retorno financeiro decepciona", diz.
Rebecca recebe R$ 90 mensais por sete aulas semanais. Para reforçar sua renda, dá aulas particulares de história a R$ 10 por hora.
``É desgastante dar aula particular, principalmente quando penso que poderia aproveitar esse tempo para preparar melhor minhas aulas do colégio", afirma.
Milene Pimentel Vianello, 33, é do grupo que resolveu montar sua própria escola -a Arte e Educação Alfredo Volpi, inaugurada em janeiro deste ano.
``A questão financeira pesou na decisão de abrir uma escola própria. Sempre soube que a carreira não dava dinheiro", afirma.
``Apliquei R$ 25 mil e ainda não tive retorno, mas estou realizada profissionalmente", afirma.
Ela diz que o que a motivou foi a idéia de poder aplicar seus 19 anos de experiência e seus conhecimentos de artes plásticas.
Para ela, a principal dificuldade foi encontrar o lugar ideal para montar a escola. ``Foi difícil achar um imóvel. Ninguém quer alugar uma casa quando descobre que ali será montada uma escola."
O número de professores no Estado de São Paulo é avaliado em 310 mil -70 mil na rede particular e 240 mil na pública.
(MSG)

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