São Paulo, domingo, 15 de outubro de 1995 |
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Palestino enfrenta opositores
JAJ
Aos 66 anos, pai pela primeira vez (de Zahua, nascida em 24 de julho em Paris), está perto de realizar seu grande sonho: fundar o Estado nacional palestino. O problema é saber se viverá para isso. Arafat está abatido e cansado. Não é para menos. Como chefe da Autoridade Palestina, ele tem de resolver problemas de uma entidade de transição, que não chega a ser um Estado, mas é muito mais que uma organização como a OLP. Como estrategista, tem de enfrentar duros negociadores de Israel, radicais palestinos e os complexos meandros das relações com os governos árabes. Tem também de ser pai e marido, de Suha, 33. Muitos problemas espinhosos no processo de paz em curso têm de ser resolvidos no curtíssimo prazo. Não há, hoje, um líder entre os palestinos com a estatura, carisma e autoridade moral de Arafat, que, com os israelenses Shimon Peres e Yitzhak Rabin, ganhou o Nobel da Paz de 94. Apenas para citar um exemplo: em 26 de setembro de 1995, às vésperas da assinatura do acordo para ampliar a autonomia palestina na Cisjordânia, a Síria disse que Arafat "abandonou os direitos dos palestinos", e o Hamas afirmou que tudo era um "negócio para vender a Palestina". Outro líder poderia parecer isolado e impotente. Sua aparente fraqueza poria lenha na fogueira dos "falcões" de Israel, que diriam que os palestinos não têm interlocutor digno de crédito. Ninguém pode dizer isso de Arafat. Para ele, sair-se bem de situações complicadas é a regra, não a exceção. Mas há ainda muitos obstáculos no caminho do Estado palestino. O que acontecerá se os radicais judeus e palestinos vencerem, ou conquistarem importantes posições? O processo de paz será paralisado, para dizer o mínimo. E Arafat poderá ter o trágico destino de Moisés, que morreu às portas da "terra prometida". Texto Anterior: Arafat vem pedir auxílio do Brasil para palestinos Próximo Texto: Jerusalém é problema mais `espinhoso' Índice |
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