São Paulo, domingo, 15 de outubro de 1995
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salto cinematográfico

HELOISA HELVECIA

De peruca negra, a loira avoada é também a mãe de "Menino Maluquinho", filme rodado em Minas. Estreou em julho no país e, até metade de setembro, havia levado 400 mil pessoas aos cinemas.
Patrícia está ainda na co-produção americana "O Monge e a Filha do Carrasco", dirigida pelo brasileiro Walter Lima Júnior, rodada em Ouro Preto e falada em inglês, com estréia prevista para este mês.

Caderninhos
Jeans, coturno, camiseta branca e óculos de grau, a estrela do sabonete Lux dá-se ao luxo de expor a pele em plena descamação, por causa do tratamento com ácido retinóico.
O look desligado, cachos em cascata desgrenhada incluídos, não a faz menos bonita. Só menos fatal, mais normal, jeito de estudante.
E é estudiosa, atestam os diretores Fábio Barreto e Helvecio Ratton. Sempre foi, diz Nuno Pillar, o pai.
Patrícia faz "caderninhos" ilustrados dos personagens e, em tempos de novela, decora textos meticulosamente marcados com cores variadas.
Mas, para falar dela mesma, não traz texto pronto. Desculpa-se pela dispersão, pula datas, não tem seus pontos na ponta da língua. Bom.
Caiu na maratona fílmica em julho de 1994. Não sem antes fazer o especial global "O Coronel e o Lobisomem. Mas antes de encerrar as gravações (em Nova York e Bananal) para a novela "Pátria Minha", que enterrou sua personagem no 20º capítulo. Bom para ela e o cinema.

Móveis e utensílios
Filmes feitos, ela aterrissa agora em sua casa, um apartamento num prédio velho na Gávea, Rio. Entre um festival e outro (acaba de voltar de Montreal, está indo para EUA, Europa e China), aproveita para comprar a mesa da TV -até então equilibrada num microbanquinho. E a mesa do fax -que fica sobre a lista telefônica. Está instalando uma cortina "linda".
Avisa que não fará novela pelo menos até julho de 1996. "É um problema decorar texto por dez meses inteiros da sua vida. Não sei fazer de qualquer jeito. Estudo, me apaixono pelo papel, só penso naquilo. Significa não ir ao cinema, não ver amigos, família, médico."
Tem outra problema. "Gosto muito de fazer TV, mas não posso me sentir móveis e utensílios de ninguém e de nenhum lugar." Para ela, "bacana é ser independente."
Patrícia não pega papel por ser "legal para a carreira". É um defeito, acha. "Deveria ser fria às vezes e calcular -vai ser legal fazer tal novela agora. Mas, se faço sem vontade, chego em casa, não estudo."
Como não estudava química, quando garota, mas o português preferido, a literatura, o inglês. Sempre se garantiu e se adaptou -mesmo quando saltava de cidade para cidade, a cada dois anos, e de escola pública para colégio de freira, por causa do trabalho do pai, um oficial da Marinha, hoje na reserva.
Carreira para ela é meio, não fim. Gosta menos da estréia, mais do ensaio -"da liberdade de errar e fazer uma grande porcaria."

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