São Paulo, segunda-feira, 16 de outubro de 1995 |
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Taxista faz cordel sobre Zumbi e Florestan
AURELIANO BIANCARELLI
``Escrevi porque me identifiquei com a luta desse homem", afirma o motorista. Araújo diz ser um mestiço de pai ``meio índio e negro com mãe branca". ``Me sinto um negro como Zumbi." Ele trabalha das 10h à meia-noite como taxista e escreve nos fins-de-semana. Para contar a história de Palmares, pesquisou material fornecido por um amigo, o escritor Oswaldo de Camargo. ``Sou um cordelista de vanguarda, meu trabalho é de pesquisa", afirma. Araújo nasceu no interior da Paraíba e está há 20 anos em São Paulo. Fez apenas o curso primário e se diz autodidata. O próprio Araújo bancou a edição dos 500 exemplares (já esgotados) vendidos a R$ 5,00. O cordelista-taxista ficou conhecido quando publicou um cordel sobre Luís Inácio Lula da Silva. No próximo dia 20 ele lança na faculdade de História da USP seu novo cordel, ``O Engraxate que se Tornou Sociólogo". Desta vez, o homenageado é Florestan Fernandes, morto dois meses atrás. O próximo projeto é ainda mais ambicioso. ``Quero fazer um cordel que fale dos desaparecidos políticos", diz. Texto Anterior: Garotos ficam 16 horas perdidos em Ilhabela Próximo Texto: WALTER CENEVIVA Índice |
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