São Paulo, quarta-feira, 18 de outubro de 1995
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Servidores faltam ao trabalho

DANIELA PINHEIRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Cerca de 150 funcionários públicos federais faltaram o trabalho e foram à Câmara dos Deputados protestar contra a reforma administrativa. Pela proposta do governo, os servidores perdem o direito à estabilidade no emprego.
Estava prevista para ontem pela manhã a votação do parecer do relator Prisco Viana (PPB-BA) na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. Por um pedido dos governistas, a votação foi adiada.
Além da presença de servidores locais, dois ônibus de Belo Horizonte (MG) trouxeram 53 funcionários de universidades estaduais e de uma universidade federal mineira para o protesto.
O organizador da viagem, que não se identificou, disse que as despesas foram pagas pelo Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da Universidade de São Paulo), que teria um campus mineiro.
João Lopes, 41, contínuo do Ministério da Cultura, disse que preferia "matar o serviço" do que ver sua demissão sendo articulada no Congresso. "Eu é que não vou ficar de braços cruzados esperando que eles me demitam", disse.
O Sindilegis (Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo) distribuiu panfletos e adesivos onde se lia: "A reforma administrativa é inconstitucional".
Até mesmo o presidente do sindicato, Roberto Vieira Cavalcante, oficializou a prática da gazeta no trabalho. Ele é contratado como assistente-administrativo da Câmara. "Estar aqui é colocar em risco meu emprego, mas não tem outro jeito", afirmou.

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