São Paulo, sexta-feira, 20 de outubro de 1995
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'Tocaia' começa com jeito de já vi esse filme

ANGÉLICA BANHARA
EDITORA DO TV FOLHA

"Tocaia Grande", a tentativa da Rede Manchete de retomar o sucesso de "Pantanal" e aumentar a audiência, começou com a sensação de "já vi esse filme".
A fórmula de apostar no regionalismo recorrendo à adaptação de um romance de Jorge Amado e investindo alto -perto de R$ 4 milhões- pode parecer suficiente para garantir o sucesso da novela, mas não é.
Em especial quando o primeiro capítulo começa com o eterno jagunço Roberto Bonfim (Natário), pela primeira vez entre protagonistas, pronunciando o mesmo "coroné" de "Cabocla" (Rede Globo, 1979) e o cenário, a sala do coronel Boaventura (Carlos Alberto), nos leva de volta a "Renascer (Globo, 1993).
Os problemas não escaparam dos capítulos iniciais. A trilha sonora, por vezes, se sobrepõe às falas dos personagens.
Falta realismo a algumas cenas, como a dos jagunços do coronel Robustiano (Antonio Pompeu) se afogando, na terça-feira. A própria tocaia, armada pelo jagunço Natário no primeiro capítulo, não convenceu. Faltou o peso necessário para justificar o nome da novela.
A audiência dos três primeiros capítulos foi baixa: 3 pontos no Ibope (cerca de 300 mil telespectadores na Grande São Paulo). Na estréia de "Tocaia Grande", o SBT atingiu 9 pontos, com "Sangue do Meu Sangue", e a Globo, 45, com o filme "A Mão Que Balança o Berço".
Mas isso não condena a novela, que estreou na última segunda-feira e ocupa o horário das 21h45, ao fracasso.
A história tem elementos para prender a atenção do telespectador: uma bela cidade cenográfica representando a Itabuna (BA) dos anos 20, atores como Carlos Alberto e Leonardo Villar, jovens e belas atrizes e as cenas de amor previstas entre o cinquentão Natário e a afilhada Bernarda (Taís Araújo, 16). Resta esperar.

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